A ultrapassagem de Lando Norris sobre Oscar Piastri na primeira volta do Grande Prêmio de Cingapura desviou a atenção da conquista da McLaren do título de construtores da F1 de 2025, ocorrida no Marina Bay no último domingo.
O contato entre os dois pilotos da equipe, bastante noticiado, também significou que uma decisão da McLaren durante o GP de Cingapura, que beneficiou Piastri, passou despercebida, apesar de possivelmente ter custado a Norris a chance de vencer a corrida. Norris terminou em terceiro lugar, enquanto Piastri ficou em quarto.
Norris ultrapassou Piastri na primeira volta do GP de Cingapura, subindo da quinta posição no grid para os lugares do pódio na curva 3. No entanto, ele colidiu levemente com Piastri após também ter tocado na traseira do carro de Max Verstappen, da Red Bull, enquanto tentava ultrapassar seu principal rival pelo título.
A McLaren optou por não intervir no incidente entre seus dois pilotos, mesmo com Piastri se sentindo prejudicado pelo contato com Norris em Cingapura. Os dois terminaram a corrida com uma diferença de 2.080 segundos, e Piastri não conseguiu ameaçar Norris para recuperar o terceiro lugar.
A estratégia de pit stop da McLaren pode ter custado a Norris no GP de Cingapura
Norris cruzou a linha de chegada com um tempo 6.066 segundos atrás de George Russell, que venceu o GP de Cingapura, e 0.636 segundos atrás do piloto da Red Bull, Verstappen. O britânico passou a maior parte da corrida observando a caixa de câmbio de Verstappen, mas raramente esteve em posição de tentar uma ultrapassagem real.
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O GP de Cingapura poderia ter se desenrolado de maneira diferente para Norris e a McLaren, caso a equipe não tivesse chamado o piloto para o pit stop na volta 26 de 62, para ajudar Piastri a defender-se de Charles Leclerc, da Ferrari. A McLaren decidiu adiantar o pit stop de Norris, pois ele não poderia permitir que Piastri pitasse primeiro.
Mark Hughes, em uma análise para a Motor Sport Magazine, observa que foi “um pouco intrigante” o fato de a McLaren não ter mantido Norris na pista por mais tempo, já que ele estava ganhando quase meio segundo por volta em relação a Russell assim que encontrou ar limpo. Verstappen fez seu único pit stop na volta 19, após ter iniciado a corrida com pneus macios.
Russell estava enfrentando problemas com pneus superaquecidos quando o ciclo de pit stop começou, parando na volta 25, já que a Mercedes não queria que Norris ou Piastri se aproximassem demais. Contudo, Norris não pressionou Russell, pois a McLaren reagiu rapidamente para evitar que Leclerc conseguisse ultrapassar Piastri.
Lando Norris não podia arriscar que Oscar Piastri o ultrapassasse ao pit stop em Cingapura
Leclerc não estava na janela de undercut de Piastri, com uma margem de 27.694 segundos entre eles quando Norris entrou na área de pit stop. Essa margem se manteve em 27.598 segundos quando Piastri parou uma volta depois, já que Leclerc estava preso atrás de Fernando Alonso, da Aston Martin, o que neutralizou a ameaça de undercut.
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A McLaren tinha Leclerc em mente, portanto, moldou sua estratégia para cobrir o piloto da Ferrari e garantir que Piastri mantivesse a quarta posição no GP de Cingapura. Isso significou que Norris teve que parar mais cedo do que gostaria, o que também pode ter negado ao britânico a chance de vencer a corrida.
Se Norris estivesse disposto a deixar Piastri pitasse primeiro, como fez no Grande Prêmio da Itália, o piloto nascido em Bristol poderia ter corrido por mais tempo e pressionado Russell. No entanto, a posição na pista é vital em Marina Bay, e Norris não queria arriscar que Piastri o ultrapassasse através do undercut.
Piastri cedeu a segunda posição para Norris a pedido da McLaren no GP da Itália, após o australiano ter ultrapassado o britânico devido a uma parada mais lenta. Contudo, o contato entre os dois pilotos no início da corrida em Cingapura pode ter tornado uma repetição dessa situação improvável.