Novas Aerodinâmicas da Aprilia RS-GP na Pré-Temporada de 2026
Uma nova carenagem foi apresentada na Aprilia RS-GP durante o teste de MotoGP em Valência, que marca o primeiro teste da temporada de 2026.
Desenvolvimento da Carenagem em 2025
A Aprilia levou várias novas carenagens para o teste pós-corrida em Barcelona, que ocorreu no final da temporada de 2024. Após testes, a equipe optou por uma carenagem que incorporava pequenos dutos de escoamento na parte bulbosa na parte inferior da carenagem principal. Esta carenagem foi utilizada ao longo de toda a temporada de 2025, e as únicas mudanças aerodinâmicas introduzidas durante esse período foram localizadas atrás do piloto. Foram apresentadas várias iterações da aerodinâmica da unidade traseira, além de duas versões das asas que se encontram logo atrás das pernas dos pilotos, ao lado da unidade do assento.
As asas laterais permanecem no novo pacote aerodinâmico apresentado em Valência, mas há mudanças significativas em outros aspectos.
Novidades na Carenagem Frontal
Começando pela parte frontal, a nova carenagem apresenta uma asa dianteira que não parece estar integrada à carenagem da maneira usual. Em vez disso, ela é sustentada por dois suportes que ficam abaixo da entrada de ar, que também possui um formato revisado em comparação com a versão retangular utilizada nas várias temporadas anteriores. A asa em si parece ter um ângulo de curvatura ligeiramente mais agressivo. Além disso, a Aprilia eliminou o plano principal de dois elementos e trouxe de volta uma asa superior que se assemelha àquela utilizada em 2024, que foi descartada em 2025. No entanto, agora a superfície aerodinâmica principal dessa asa é muito mais robusta do que em 2024.
Dutos de Escoamento e Alterações Laterais
Nos flancos laterais da carenagem, foram introduzidos novos dutos de escoamento, que agora são significativamente maiores, seguindo um padrão semelhante ao desenvolvimento da Ducati nesta área nos últimos dois anos e meio. Os dutos de cada lado também estão conectados sob a carenagem, com sua borda externa envolvendo a parte frontal do protetor inferior em um design que é similar ao que a KTM utilizou em temporadas recentes.
Surpreendentemente, não foram introduzidas novas aerodinâmicas na roda dianteira para alterar a forma como o ar é direcionado para os novos dutos.
A asa que se estende da parte superior da seção bulbosa e conecta-se à parte superior da carenagem lateral parece ser a mesma. A posição dessa superfície superior indica o leve ângulo de curvatura alterado da asa dianteira, cuja borda externa agora está ligeiramente abaixo da asa lateral. A carenagem lateral também mantém as aletas de direcionamento na seção bulbosa, cuja função é controlar o fluxo de ar e como ele se dispersa na parte traseira da carenagem, mais do que gerar força descendente por si só.
Configuração da Aerodinâmica Traseira
Atrás da carenagem principal, permanecem as asas de assento, mas na parte traseira da motocicleta há uma asa traseira que é inédita em MotoGP. Sua aparência é bastante semelhante em alguns aspectos, especialmente nas placas finais, às que eram vistas na era de Fórmula 1 de 2009 a 2016, pois são muito quadradas e planas e não seguem a forma da unidade do assento. Na verdade, as placas finais se estendem para baixo o suficiente para cobrir os lados da seção traseira principal da motocicleta.
O propósito dessa nova asa poderia ser criar força descendente durante as curvas, compensando a remoção das asas ‘stegasaurus’ que a Aprilia vinha testando desde a metade da temporada.
Análise das Novas Placas Finais
Ao examinar de perto, o perfil das novas placas finais é similar ao das placas finais das asas laterais no assento, embora seja difícil determinar em que medida as placas finais traseiras foram projetadas para trabalhar em conjunto com as placas finais das asas laterais. Entre as placas finais, existe uma asa de dois planos principais que é curvada na mesma direção da asa dianteira, embora isso provavelmente tenha a ver com a forma como o ar flui a partir da câmera de bordo — algo que a Yamaha e a KTM já fizeram anteriormente.
O objetivo aqui é gerar força descendente vertical para proporcionar estabilidade traseira durante a frenagem, uma área que tem gerado preocupação tanto para Marco Bezzecchi quanto para Jorge Martin desde que os dois primeiros testaram a RS-GP em Barcelona no ano passado.
Desempenho e Expectativas
Se a nova carenagem continuará a ser utilizada em 2026 dependerá, evidentemente, do desempenho observado no teste de Valência realizado no dia 18 de novembro. No momento da redação deste texto, Marco Bezzecchi é o segundo mais rápido, com um tempo de 1:29.684, apenas 0.093 segundos atrás de Pedro Acosta.