Retorno da Repsol à MotoGP
A Repsol está se preparando para retornar ao Campeonato Mundial de MotoGP na próxima temporada, atuando como fornecedora exclusiva de lubrificantes para as categorias Moto2 e Moto3, conforme informações obtidas pela Motorsport.com.
Fim da Parceria com a Honda
Em maio de 2024, a Motorsport.com revelou que a empresa espanhola de energia não renovaria sua longa parceria com a equipe de fábrica da Honda na MotoGP. Essa colaboração, que teve início em 1995, foi liderada por Mick Doohan e Alex Criville, e ao longo de quase três décadas, gerou um recorde impressionante: 15 títulos mundiais, 183 vitórias e 455 pódios.
A Repsol confirmou sua saída mais de três meses depois, emitindo um breve comunicado durante o Grande Prêmio de San Marino, encerrando de forma discreta o que foi a parceria mais duradoura e bem-sucedida na história da categoria. Com a temporada de 2024 já em andamento, a visibilidade da parceria já havia diminuído após a transferência de Marc Marquez para a Gresini.
Retorno Previsto em 2026
No entanto, parece que a ausência da Repsol no paddock será de curta duração. A marca deve retornar ao campeonato em 2026, embora não ao lado da Honda — que rapidamente firmou parceria com a Castrol para atender às suas necessidades de combustível e lubrificantes — e não na própria MotoGP. Em vez disso, a Repsol assumirá um papel global como fornecedora única de lubrificantes para as categorias intermediária e leve.
Diferenças entre MotoGP, Moto2 e Moto3
Diferentemente da MotoGP, onde cada equipe pode escolher livremente seus fornecedores de combustível e óleo, as classes Moto2 e Moto3 operam sob uma estrutura técnica unificada. Nos últimos anos, a Liqui Moly foi a parceira exclusiva de lubrificantes, com um contrato inicialmente estendido até o final de 2027. No entanto, a empresa alemã e a Dorna Sports, detentora dos direitos comerciais da MotoGP, concordaram em encerrar o acordo dois anos antes do previsto.
Mudanças no Campeonato da MotoGP
O Campeonato Mundial de MotoGP está atualmente em um momento crucial — tanto no âmbito esportivo quanto comercial. A estratégia de patrocínio, em particular, será fundamental à medida que a série avança para uma nova era após a aquisição da Dorna Sports pela Liberty Media, a mesma empresa que possui a Fórmula 1.
Observação e Análise por Parte da Liberty Media
“Liberty e nós entendemos que a mesma estratégia não necessariamente funciona duas vezes — ela precisa ser única para o nosso esporte”, explicou Dan Rossomondo, diretor comercial da Dorna, em uma entrevista ao BlackBook Motorsport no início deste ano.
“Os executivos da Liberty são muito perspicazes; eles sabem que têm algo especial e não querem estragar isso. Acredito que eles levarão o tempo necessário para entender verdadeiramente o negócio e quem somos. Não acho que eles tentarão supercomercializar o esporte. Eles veem certas sinergias com a Fórmula 1, mas a abordagem não pode ser idêntica”, acrescentou.
Até agora, os executivos da Liberty Media têm observado e analisado de perto as operações da MotoGP. Grupos de representantes da empresa — incluindo auditores da Ernst & Young — foram vistos realizando entrevistas durante as corridas em Barcelona-Catalunha e Misano. Notavelmente, o CEO da F1, Stefano Domenicali, esteve presente no Grande Prêmio de San Marino, enquanto Derek Chang, presidente e CEO da Liberty, visitou Motegi, marcando sua primeira experiência prática dentro do paddock do campeonato de duas rodas.
Expectativas para o Futuro
Embora o foco principal da Liberty continue sendo a classe principal da MotoGP, a notícia do retorno da Repsol serve como um sinal encorajador para todo o campeonato.