Lewis Hamilton e sua adaptação na Ferrari
Lewis Hamilton revelou que não culpa os fãs da Fórmula 1 por não compreenderem quanto tempo levaria para ele se tornar bem-sucedido na Ferrari, após uma campanha decepcionante em 2025.
A mudança para a Ferrari
O heptacampeão mundial fez uma mudança impactante para a equipe italiana neste ano, depois de 12 temporadas bem-sucedidas com a Mercedes, onde conquistou seis títulos, além de seu primeiro campeonato em 2008 com a McLaren. No entanto, Hamilton encontrou dificuldades na Ferrari, ocupando a sexta posição no campeonato, a 64 pontos atrás de seu companheiro de equipe Charles Leclerc, e ainda não conseguiu subir ao pódio em uma corrida após 20 etapas.
Desempenho e otimismo
Sua vitória na corrida sprint em Xangai se mostrou uma exceção, mas ainda há otimismo em relação ao desempenho do piloto de 40 anos, uma vez que a Fórmula 1 introduzirá um novo conjunto de regras em 2026, o que oferece a oportunidade de começar do zero. Quando a revista Ferrari comentou que aqueles familiarizados com a Fórmula 1 deveriam entender quanto tempo leva para se adaptar a uma nova equipe, Hamilton respondeu: "Isso não é verdade para muitas pessoas. Somente quando você está dentro de uma equipe pode realmente, verdadeiramente entender como ela funciona e como a F1 funciona."
A complexidade da adaptação
Hamilton continuou explicando: "Você não pode imaginar como a máquina realmente opera de outra forma. Estive na Fórmula 1 por tanto tempo, mas quando cheguei a esta equipe, realmente era diferente novamente. Então, eu não culpo as pessoas por não saberem. Tudo o que posso fazer é continuar focando nas coisas que posso controlar. Como me preparo, e trabalho com a equipe. Como me apresento a cada dia e permaneço positivo."
Diferenças culturais na Ferrari
O piloto também falou sobre as "diferenças culturais" na Ferrari e como não é a primeira vez que ele e seus colegas precisam se adaptar uns aos outros, citando Niki Lauda como um exemplo anterior. Lauda foi presidente não-executivo da Mercedes e teve um papel fundamental em convencer Hamilton a fazer a mudança surpreendente da McLaren para a Mercedes em 2013, com os dois formando uma amizade próxima.
A relação com Niki Lauda
Hamilton revelou que, apesar de uma concepção anterior, "Niki fazia parte de um mundo que não conseguia se adaptar ao fato de eu ser diferente" quando ele fez sua estreia na Fórmula 1 em 2007. Esse sentimento se deu em parte porque Hamilton chamou a atenção devido ao seu histórico de classe trabalhadora e sua origem mista, algo que não é comum entre os competidores da categoria. No entanto, ele rapidamente dissipou quaisquer dúvidas, especialmente aquelas de Lauda, que conquistou seu primeiro título na Fórmula 1 com a Ferrari há 50 anos e mais títulos em 1977 e 1984.
Hamilton expressou: "Eu ouvi coisas negativas, embora sempre tivesse uma admiração por ele como um tricampeão mundial." Lauda faleceu em 2019, aos 70 anos. "Ele é um dos verdadeiros ícones do nosso esporte. Então, ele me ligou para me contar por que eu deveria vir para a equipe, e quando finalmente nos encontramos, tivemos uma conversa muito boa. Ele disse: ‘Você é como eu, você é um piloto até o núcleo’."
Superando barreiras
Foi somente após essa reunião que as barreiras começaram a cair, e a visão estereotipada que Lauda poderia ter tido foi tratada. A partir de então, eles começaram a viajar juntos para corridas e Lauda frequentemente oferecia transporte para Hamilton. Essa relação demonstra a importância da adaptação e do entendimento mútuo dentro do ambiente competitivo da Fórmula 1, onde as diferenças culturais e de experiências podem influenciar significativamente a dinâmica de uma equipe.