Desafios do Grande Prêmio de Cingapura
Cingapura tem sido, há muito tempo, a corrida de Fórmula 1 mais fisicamente exigente do ano. Isso se deve a uma combinação de um circuito de paradas desafiador e altos níveis de calor e umidade. Neste ano, o fim de semana na cidade-estado se tornou o foco de um alerta oficial de calor da Fórmula 1.
Condições Climáticas
A temperatura ambiente deve atingir 31 graus Celsius tanto no sábado quanto no domingo, que é o limite estabelecido pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para declarar um alerta de calor. O diretor de corrida, Rui Marques, notificou as equipes sobre essa situação na quinta-feira.
Opções para as Equipes
Diante dessa circunstância, as equipes têm duas opções: seus pilotos devem usar os coletes de resfriamento obrigatórios ou os carros devem ser equipados com mais lastro. Independentemente da decisão dos pilotos em usar os coletes, as regras estipulam que seus carros devem estar equipados com os dispositivos necessários para que os coletes funcionem – especificamente as bombas, o reservatório de refrigerante e o trocador de calor.
Qualquer piloto que optar por não usar um colete deve carregar lastro adicional. As regras a respeito disso são claras: "A diferença de massa entre o equipamento pessoal do piloto normalmente utilizado e quaisquer itens do equipamento pessoal do piloto que façam parte do sistema deve ser compensada pela instalação de 0,5 kg de lastro no cockpit."
Histórico dos Coletes de Resfriamento
Inicialmente, os coletes de resfriamento deveriam ser obrigatórios quando as temperaturas ambiente alcançassem 31 graus Celsius. No entanto, após testes, vários pilotos reclamaram que eles eram desconfortáveis. Os coletes possuem uma rede de tubos pelos quais um refrigerante flui, mas isso torna o já apertado cockpit de um carro de Fórmula 1 um ambiente ainda mais restrito.
Por essa razão, a FIA decidiu oferecer aos pilotos a opção de não usar um colete, criando a rubrica de lastro para que aqueles que optassem pelo sistema não sofressem uma penalidade de peso.
Desenvolvimento do Sistema de Resfriamento
O sistema de colete de resfriamento foi desenvolvido após o polêmico Grande Prêmio do Qatar de 2023, onde o calor extremo levou vários pilotos a necessitar de atendimento médico. Variações dessa tecnologia têm sido usadas em corridas de carros esportivos há muitos anos, mas os pilotos continuam cautelosos em relação à penalidade de peso e conforto — ou desestimulados por relatos de falhas nos trocadores de calor, resultando em situações em que os pilotos ficam praticamente cozinhando em um ambiente fechado.
George Russell foi o primeiro a utilizar a atual geração de coletes de resfriamento na Fórmula 1, testando o sistema no Grande Prêmio do Bahrein deste ano. Ele atribuiu ao colete não apenas a melhoria no seu conforto sob a calorosa temperatura do deserto, mas também a manutenção da clareza mental necessária para lidar com um grande problema elétrico em seu caminho para uma notável segunda colocação.
"É claro que sempre há espaço para melhorias", disse ele após a corrida. "Mas para nós como equipe, eles têm trabalhado muito e tinham a confiança de que o sistema funcionaria, então eu queria experimentar. Até agora, tudo bem."